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DN - «Formar docentes para prevenir o cancro»

Divulgação: Formar docentes para prevenir o cancro

 

- Quase seis mil docentes foram convidados para sessões de explicação e prevenção


Profissionalizar o ensino sobre o cancro e a sua prevenção é o objectivo de uma iniciativa de formação que pretende envolver todos os professores de biologia e físico‑química do País. Cerca de cinco mil e 800 docentes foram contactados para participar em acções que irão decorrer de Março a Maio, envolvendo alguns dos investigadores mais activos nesta área. A iniciativa é do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e da Fundação Calouste Gulbenkian, e conta ainda com o apoio do programa ministerial Ciência Viva.


As sete sessões vão versar sobre as causas e as características biológicas e moleculares dos cancros mais frequentes em Portugal. «Os professores não estão habituados a falar destes temas, nem eles fazem parte do programa. Eles têm as bases, como por exemplo a genética, e nós queremos mostrar como isso se aplica aos casos concretos», adianta Rui Mota Cardoso, do IPATIMUP e um dos organizadores desta iniciativa.


0 objectivo, explicam os organizadores em carta enviada a todos os professores‑alvo, é ainda discutir comportamentos «a tomar em termos de prevenção e de diagnóstico precoce», o que obriga também a considerar «os problemas ligados à dificuldade de mudanças de atitudes». As estratégias de prevenção têm falhado em várias áreas e é preciso, explica ainda Rui Mota Cardoso, «pensar porque razão o medo, que é usado por exemplo no caso do tabaco, não funciona para impedir comportamentos de risco».


Actualmente, «sabe‑se que o melhor caminho é ensinar qualidades e perceber que o facto de alguém tomar as rédeas da saúde tem a ver com as características da sua personalidade». A ideia é assim «preparar professores para preparar alunos, transmitindo o saber actualizado sobre o que é o cancro». A primeira e a última sessão deste conjunto irá abordar estes temas, assinalando a importância «da atitude comprometida do aluno e do cidadão na promoção da sua saúde e da saúde da comunidade a que pertence».


Uma primeira sessão será ainda dedicada à apresentação das características dos cancros, e dos diferentes tipos desta patologia (hereditário, agregação familiar e esporádicos), assinalando ainda os factores de risco ambientais e de stress. Os diferentes oradores irão depois actualizar as noções científicas sobre os tumores dos vários órgãos, nomeadamente estômago, cólon e recto, laringe, pulmão, próstata, colo do útero e mama. Para além de investigadores do IPATIMUP, irão também participar nas sessões docentes das faculdades de Medicina de Coimbra, Lisboa e Porto, assim como especialistas dos três centros do Instituto Português de Oncologia.


 


Só editora permitiu contacto com alvos


A divulgação desta iniciativa junto dos quase seis mil professores‑alvo tem sido por carta personalizada. Um contacto que só foi possível graças à ajuda da Porto Editora, já que o Ministério da Educação, explica Rui Mota Cardoso, não foi capaz de fornecer uma lista dos professores de biologia e físico‑química que leccionam o terceiro ciclo e no ensino secundário nas escolas públicas. A editora forneceu então as etiquetas a colar em envelopes, com o nome de todos os professores destas áreas e o ano de ensino, permitindo o contacto e o envio da correspondência.


Numa primeira abordagem que foi já efectuada, o feedback dos docentes tem sido muito positivo, nomeadamente através de inscrições voluntárias no site do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (www.ipatimup.pt), e os organizadores do encontro esperam uma boa adesão a esta iniciativa. Este centro de investigaçao portuense realiza ainda anualmente um encontro, durante um fim‑de‑semana, com professores também dos ensinos básicos e secundários para discutir o cancro.


 


Autoria de Elsa Costa e Silva


 


Artigo publicado no DIÁRIO DE NOTÍCIAS, de 18 de Janeiro de 2004, secção «Sociedade», pág. 21