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Em prol do ostomizado

Relate-nos sumariamente os objectivos da APO?

A APO tem como objectivos principais promover informação, colaborar e prestar assistência ao ostomizado, bem como às pessoas que lhe dão apoio nomeadamente aos seus familiares, principalmente, na fase inicial da sua nova condição.


 

Como pode um ostomizado inscrever-se na APO?

 

Pode fazê-lo de uma forma muito fácil telefonando para a APO através do nosso número 21 895 60 54.

 

Nesse momento efectuaremos uma inscrição provisória sendo necessários alguns requisitos burocráticos que poderão ser fornecidos posteriormente. A partir desse momento o ostomizado passa imediatamente a usufruir de alguns benefícios, nomeadamente, a consulta com a nossa enfermeira estomaterapeuta.


 


Que balanço faz aos primeiros 24 anos de existência da APO?

 

Quando cheguei à APO em 1994, encontrei uma Associação desgarrada. Funcionava na base do voluntariado e havia faltas a vários níveis, nomeadamente, aos níveis técnico, financeiro e estrutural. Temos dado prioridade ao apoio e suporte ao ostomizado, por isso, melhorou a eficácia no atendimento personalizado ao ostomizado  que se traduz no número elevado de consultas de enfermagem que damos às segundas e quartas feiras.

A APO tem vindo a crescer e já ultrapassa os 2000 associados.


 


Quais têm sido as prioridades da APO?

 

As prioridades da APO foram em primeiro lugar a aposta na informatização da contabilidade para aumentar a nossa eficácia em termos organizacionais. Como consequência, melhoraram as consultas de enfermagem, a contabilidade, a parte administrativa, e o atendimento e apoio ao ostomizado. A outra prioridade foi melhorar a falta de apoio de enfermagem quando o doente tem alta hospitalar.

O ostomizado muitas vezes sai do hospital e encontra um vazio. Para isso temos já alguns núcleos de apoio regionais nas instituições hospitalares onde são feitas as cirurgias de ostomia. A terceira prioridade tem sido a criação de um fundo de apoio para os nossos associados com o objectivo de facilitar a aquisição do seu material de ostomia sem necessidade de comprometer a sua situação financeira bem como a sua qualidade de vida. A partir desse momento, a Associação passou a ter outra dimensão e uma ligação mais estreita com o associado. Então surge a necessidade de criar um site na internet que é consultado não só pelos ostomizados como também pelos seus familiares e nomeadamente os profissionais de saúde.


 

Que linhas de intervenção junto das autoridades competentes e projectos vai a APO privilegiar em 2004 e 2005?

 

 Vamos sensibilizar as autoridades para a necessidade de actualizar os plafonds de comparticipação do material de ostomia por forma a que o ostomizado não comprometa a sua qualidade de vida, indo adquirir o material mais indicado à sua situação. Lembro que estes plafonds não são actualizados há 8 anos.

Outro projecto que estamos a estudar é a implementação das visitas domiciliárias de enfermagem aos ostomizados que mais necessitam de apoio, nomeadamente aos que acabam de ter alta do hospital. Em paralelo, vamos dinamizar as visitas hospitalares efectuadas por ostomizados que se disponibilizem para compartilhar a sua experiência.


 

O que pensa sobre o acompanhamento do ostomizado nas diversas instituições?

 

Felizmente que se verifica uma melhoria no apoio prestado aos ostomizados nas diversas instituições de saúde, porque tem havido alguma formação na área de estomaterapia. No entanto achamos que o apoio ao ostomizado deve ser mais descentralizado, ou seja, todos os hospitais distritais onde se pratique a cirurgia de ostomia, deveriam ter um papel crucial nesta área. Isso implica que terão de ter técnicos habilitados para o efeito.


 

Que sugestões daria, para melhorar a qualidade de vida do ostomizado, do ponto de vista de política de Saúde?

 

Uma maior aposta na formação dos profissionais de saúde, que começa no médico de família e assegurar que o ostomizado não saia do hospital sem estar minimamente habilitado a cuidar de si e ter uma vida autónoma. A própria unidade hospitalar deve criar condições para que tal aconteça. É fundamental preparar o ostomizado para enfrentar a sua nova vida com positividade.

 

 

(Eng.º António da Silva Cabral, Presidente da Associação Portuguesa de Ostomizados)


Artigo publicado no boletim GOLD CARD SERVICE, n.º 2 - Dezembro 2003, edição da ConvaTec